Hip Hop é cultura, mas qual é sua origem?

Rap... trap... cultura, compromisso. Atualmente são várias vertentes existentes, mas todas tem algo em comum: o Hip Hop.

Essa categoria musical surgiu pela década 70s, no Bronx, subúrbio (atualmente "distrito") da Grande Maçã (NY), nos Estados Unidos. A violência era marcante, a criminalidade nos bairros, e nisso a única saída que os jovens encontravam para se divertir era a rua. O lazer não era, para determinadas pessoas ainda não é, ficar em casa.

Eles encontraram uma forma de manifestação sobre a realidade vivida: música, poesia, dança e até na pintura. E para muitos o DJ Afrika Bambaataa é considerado como o pioneiro e criador desse movimento social influente, não seria certo dizer que está errado, mas na mesma época dele ainda teve um outro homem: Clive Campbell, ou, como é mais conhecido, DJ Kool Herc.O que ele decidiu fazer de tão diferente a ponto de criar uma nova cultura? Simples. Clive usou dois toca discos, indo e voltando repetidamente estendendo a intervenção da bateria que os dançantes mais gostavam. O truque era chamado por Kool Herc de "Merry Go-round", o que conhecemos hoje como break beat (técnica vai e volta, dois discos iguais e um mixer).
O primeiro evento da história do hip hop ocorreu no dia 11 de Agosto de 1973, na festa de aniversário da irmã do Dj, Cindy Campbell, no número 1520 da Sedgwick Avenue, no Bronx.  Foi algo revolucionário. As pessoas ficavam ansiosas a espera de uma nova festa onde o DJ Kool Herc estivesse. As batidas, a agitação, uma forma de lazer procurada até agora. E em 12 de Novembro de 1973, foi fundada a ONG Zulu Nation, que tinha como objetivo promover a cultura hip hop como forma de manter jovens longe da criminalidade e da violência. “Paz, União e Diversão”, era o lema da ONG.
De pouquinho em pouquinho, a poesia na música representada pelo rap (rhythm and poetry, ritmo e poesia, que surgiu na Jamaica e foi levado aos EUA por jamaicanos) ganhou espaço nas discotecas, que até então não paravam de tocar hists da Era disco. Duplas de DJs e MCs ganhavam destaque e travavam competições entre si, as famosas batalhas de rap adoradas nos dias atuais também, feitas só pela manifestação cultural e sem influenciar de modo algum a violência. O grafite nos muros era a expressão da pintura na cultura e o break era a dança que saía das ruas para as festas em toda a cidade.

• Mas e então, cadê  as características e os elementos?

Veja só, O hip hop tem quatro elementos principais: o rap, o DJing, o breaking (praticado pelos b-boys e b-girls) e a arte do grafite. Quando surgiu, concentrava-se nos disc jockeys (DJs) que criavam batidas rítmicas, os pequenos trechos de música com ênfase em repetições. Logo foi acompanhada pelo rap, identificado como estilo musical de ritmo e poesia, junto com as danças improvisadas, como a breakdance, o popping e o locking. Grafite tem a ver? Claro que sim. A relação entre eles surgiu quando novas formas de pintura foram sendo realizadas em áreas onde havia prática do rap, dos DJs e da dança. Mas, ainda sim, entre as diferentes manifestações artísticas do movimento hip hop, a música se insere como papel principal.

• E como surgiu no Brasil?

Muitos dirão que o disco "Hip Hop Cultura de Rua" foi o que marcou a entrada dessa cultura no país. Não está errado, de qualquer forma, mas ela chegou de um outro jeito aqui (antes do disco). Ela veio primeiro ao Brasil através do break dance. O hip hop brasileiro teve seu espaço nas ruas de São Paulo, melhor dizendo, no metrô São Bento, onde os artistas faziam sua performance para quem passasse pela rua e estivesse disposto a contribuir.

Se quiser alguns exemplos de rappers brasileiros, aqui vai: Djonga, BK', Murica, Dalsin e diversos outros, só pesquisar um desses que vai aparecer relacionados. Garanto, não é perca de tempo.

(Arte por: Kadu)